JUSTIÇA ELEITORAL BURLANDO A LEGALIDADE?


JUSTIÇA ELEITORAL BURLANDO A LEGALIDADE?

Inês Aparecida (Bric-A-Brac, “O Povo”, 26.08.2012) divulga informações oportunas, pertinentes e relevantes.
 Conhecê-las, refletir e divulgá-las, é preciso! Faça sua parte!

“Dois Pesos (a)
As imagens da presidente Dilma e do ex-presidente Lula poderão ser usadas pelo candidato a prefeito pelo PSB, Marcio, em Belo Horizonte, MG. A decisão foi do Tribunal Regional de Minas... aqui, é bom lembrar, a justiça eleitoral proibiu Inácio Arruda, do PC do B, de colocar os rostinhos sorridentes do ex e da atual presidente, em seu material de propaganda.”
Um dos TREs errou ou burlou a legalidade... O TSE/Supremo deve se pronunciar e “dizer” quem “errou” ou “burlou a legalidade.”
A livre expressão de pensamento assegura-nos o direito de participar deste debate!
No Ceará a Justiça eleitoral vem burlando a legalidade!
No pleito de 2008, perseguiu Sérgio Moraes, ao invés de garantir-lhe o direito de ser candidato! Neste pleito de 2012 estão fazendo o mesmo com o Jânio...
Por quê?

Desvendar a realidade é preciso!
Tente ver além do discurso e da aparência...

ACESSE:
http://candido-reflexões.blogspot.com
http://maracanau-reflexivo.blogspot.com
Facebook: Cândido Pinheiro Pereira

Quando o dia da eleição vai além da obrigatoriedade do voto




Quando o dia da eleição vai além da obrigatoriedade do voto




ESPERANÇA 

 Quando o dia da eleição vai além da obrigatoriedade do voto Há cerca de 20 anos, o mesário voluntário Francisco Carlos, mais conhecido como Careca, leva um recheado café da manhã para os 400 votantes da secção eleitoral que ele preside na Praia de Iracema. Para além da obrigação do ato cívico, o taxista espera que o dia seja de esperança e de amor. Conheça um pouco mais deste brasileiro
Tem quem diga que no mundo da política não há espaço para delicadezas. Mas, no dia das eleições, o mesário voluntário Francisco Carlos, o Careca, usa da gentileza para tirar um pouco do gosto amargo do tema.

A “cidadania” é o que move o taxista a levar, no dia das eleições, há cerca de 20 anos, um recheado café da manhã para a secção da qual ele é presidente, na Praia de Iracema. Como ele mesmo diz, o voluntário se torna “a primeira boa notícia do dia” para as 400 pessoas que cumprem a obrigação do voto, a cada dois anos, em sua secção.

Numa escola da rua dos Tabajaras, mesmo quando a Praia de Iracema estava esquecida pelo poder público, o mesário tem recepcionado os eleitores com pães, bolos, sucos, sanduíches, mungunzás, tapiocas, “até tapete vermelho”, e colhido sorrisos.

As lições de cidadania, conforme explica, vêm de berço. “Minha mãe morreu com 90 anos e votou até morrer”, recorda, ao frisar que a ideia de transformar o dia da votação em “algo diferente” nasceu de um triste episódio vivenciado por ela.

“Mamãe ficou contrariada quando foi votar e presenciou uma cena de violência dentro da secção. Então, ela queria que eu fizesse algo diferente para as pessoas e vibrava quando eu comecei a organizar o café da manhã”, conta.

Para o taxista, que exerce a cidadania também no cotidiano, ao “parar sempre na faixa de pedestre, nem que o mundo todo buzine atrás” do seu carro, o Brasil não carece mais de ordem e progresso. “Precisa mesmo é de respeito, de exemplos”.

Esperança
Careca começa a se dedicar aos preparativos do café da manhã uma semana antes do dia da votação. É um verdadeiro pede aqui, pede acolá, e a família e os amigos têm ajudado na empreitada.

“O pior de tudo, é que tem gente que me chama de besta. Eu nem me importo. Pra mim, o que vale é que a minha consciência diz que eu sirvo ao meu País, como o meu País deveria servir ao seu povo”, orgulha-se.

Alguns candidatos até pedem para que o voluntário coloque uma “bandeirinha ou qualquer sinal que seja visível” próximo da mesa para tentar ganhar voto. “E eu digo logo que não. Infelizmente, as pessoas tentam tirar proveito de qualquer forma e acham que tudo pode ser corrompido”, lamenta.

Apesar disso, ele não deixa de lado a esperança de encontrar novos Carecas Brasil afora, assim como tem um novo sonho nessas eleições: encontrar a sua mãe biológica, “que deve estar lá pelas bandas do Sul”.

Aos brasileiros, portanto, um injeção de otimismo: “Essa história de que uma andorinha só não faz verão é uma esparrela. O Brasil tem jeito. Basta a gente querer e fazer”, diz.

Como
ENTENDA A NOTÍCIA

A obrigatoriedade do voto tem sido acompanhada de muita discussão no País, uma vez que a população tem ficado cada vez mais descrente com a política, diante de tantos casos de corrupção.

SERVIÇO 

Local de votação do mesário voluntário Francisco Carlos, o Careca
Secção: 285 
Onde: Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental São Rafael ( Rua dos Tabajaras, nº 244 – Praia de Iracema - Fortaleza)

No dia das eleições, lembre-se de que você pode votar com qualquer documentação de identificação com fotografia.

Se você tiver alguma dúvida, ligue para o serviço Disque Eleições 2012,l que presta informações aos eleitores via telefone, através do número 148.

O eleitor poderá saber: o número do título, o endereço da seção onde vota, como fazer para justificar o voto e como votar na urna eletrônica, dentre outras informações. Funcionamento do serviço:

Período: 10 de setembro a 7 de outubro de 2012.
Horário: 7h às 13h e 13h às 19h. 
Local: Central de Atendimento ao Eleitor no Fórum Eleitoral, situado na Av. Almirante Barroso, 647 – Praia de Iracema.
Número de operadores: 36 por turno
Responsáveis: Coordenadoria de Administração do Cadastro Eleitoral (Coace) / Seção de Informações Eleitorais (Sinfe)


O POVO
Jornal de Hoje
POLÍTICA/25/08/2012

Ranne Almeida
ranne@opovo.com.br

A (des) construção da educação


A (des) construção da educação


 "Somente 498 anos depois de sua descoberta por Cabral é que o Brasil coloca na escola 98% de suas crianças e adolescentes em idade escolar"
O Brasil tem uma dificuldade secular e congenital para prover-se de uma educação escolar de qualidade. Não há como dizer que a educação escolar vai bem e, pior, não há perspectiva de melhoria substancial a curto e médio prazos. 

Após avanços incontestes como a universalização do ensino fundamental, a montagem de amplo e competente sistema de avaliação, o advento do Enem, a implantação da pós-graduação e os Fundef e Fundeb e a aplicação de vários projetos valiosos como, no Ceará, o Alfabetização da Idade Certa (seis anos) e as escolas profissionalizantes, tudo estacionou novamente.

Greves longas e incompreensivelmente repetidas e sempre irresolutas, remuneração média dos professores das redes públicas e privadas inferior à de outros profissionais de nível superior e até de profissionais de carreira técnica, analfabetismo de adultos em 10% e de crianças escolarizadas, teto de 15% da população com nível superior, vagas ociosas nas universidades e faculdades particulares apesar do ProUni inflar seus cofres e aliviar ou perdoar suas dívidas fiscais, da ampliação das universidades públicas com salários baixos, carreira mal estruturada, muitas vezes sem condições físicas, instrumentais, laboratoriais e bibliotecas adequadas, uso abusivo do professor temporário, etc., tornam a educação escolar de baixa qualidade.

Mas como explicar essa incapacidade do Brasil prover-se de um sistema escolar de qualidade?

Arrisco uma explicação: o Brasil desde seus primórdios estruturou mal seu sistema escolar. Pois vejamos. Levou quatro séculos antes de se interessar em alfabetizar seu povo (a população como um todo) e, quando o fez, criou um sistema de classes que dura até hoje: uma escola para os pobres e outra para os ricos; da educação infantil até a pós-graduação, montou um ensino privado comercial, visando o lucro, com, muitas vezes, subsídios fiscais; os investimentos financeiros na educação sempre foram baixos e insuficientes. O Brasil estruturou o ensino básico em escolas de um turno, não repetindo o modelo vitorioso americano e europeu de uma escola de tempo integral, manhãs e tardes, incluindo artes e esportes.

Somente 498 anos depois de sua descoberta por Cabral é que o Brasil coloca na escola 98% de suas crianças e adolescentes em idade escolar; mantém até hoje o sistema escolar fundamental sob o jugo de políticas partidárias; 434 anos após seu descobrimento o País cria a sua primeira universidade, a USP, a grande maioria delas virá somente após 1960 e a pós-graduação nos anos 1970 e 1980.

O Brasil, federal, estadual e municipal e privado, sempre criou e manteve um sistema de remuneração de seus professores vergonhosamente baixo. Com essa estrutura do ensino o Brasil preparou para si um grande impasse: uma resistência ao ensino e à aprendizagem, a manutenção da desigualdade e um grandioso obstáculo ao desenvolvimento econômico e cívico.

Se as reflexões acima forem corretas, deve-se concluir que medidas pontuais não resolverão o impasse. É preciso uma revolução: atacar e modificar o quadro estrutural da educação formal. Outros países o fizeram. O que esperamos?

André Haguette
haguette@superig.com.br
Sociólogo
Jornal de Hoje 
OPINIÃO
ARTIGO 12/08/2012
O POVO


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CNBB e as eleições


CNBB e as eleições


Os bispos lembraram ao eleitor que seu voto, embora seja gesto pessoal e intransferível, tem consequências para a vida do povo e para o futuro do País

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na 50ª Assembleia Geral, em abril, escreveu uma mensagem sobre as eleições municipais de outubro deste ano, inspirada nas palavras de Bento XVI ao afirmar que a sociedade justa, sonhada por todos, “deve ser realizada pela política” e que a Igreja “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”. Para os bispos, o voto livre e consciente é “um dos mais expressivos deveres de cidadania”.

Segundo os bispos, as eleições municipais têm uma característica própria em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia e lazer. Trata-se de um processo eleitoral com maior participação da população porque os candidatos são mais visíveis no cotidiano. A sua importância é proporcional ao poder que a Constituição de 1988 assegura aos municípios na execução das políticas públicas. Os bispos lembraram ao eleitor que seu voto, embora seja gesto pessoal e intransferível, tem consequências para a vida do povo e para o futuro do País.

Falando sobre o perfil ideal dos candidatos, disseram: “Estes devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum”. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitos, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades. Lembraram da importância de instrumentos “como as leis de iniciativa popular 9.840/1999, contra a corrupção eleitoral e a compra de votos, e 135/2010, a Lei da Ficha Limpa.

Os bispos recordaram também dois documentos importantes para nos orientar no processo eleitoral: Documento da CNBB nº 91 – Por uma reforma do Estado com participação democrática; e a cartilha Eleições Municipais 2012: Cidadania para a democracia, elaborada por organismos da CNBB. Os bispos denunciaram que o senso de justiça presente na consciência da nação brasileira “é incompatível com as afrontas ao bem comum que logram escapar às penas previstas, contribuindo para a generalizada sensação de que a justiça não é a mesma para todos. A sociedade brasileira espera e exige a investigação de toda suspeita de corrupção bem como a consequente punição dos culpados e o ressarcimento dos danos”.

Terminando sua carta, citaram frase do papa Paulo Vl: “A política é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros”.

Brendan Coleman Mc Donald é padre redentorista e assessor da CNBB Reg. NE1
Jornal de Hoje
ESPIRITUALIDADE
ARTIGO 12/08/2012
O POVO - PÁGINA 32



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A ruptura entre as palavras e os atos na segurança pública



A ruptura entre as palavras e os atos na segurança pública


"Ignorou o governo e seus gestores que diante da realidade caótica das polícias há que se ter propostas ousadas"

A mudança na direção da Academia Estadual de Segurança Pública não é apenas a mudança de um sociólogo por um coronel da PM, é, sobretudo, a mudança de rumo na política estadual de segurança pública do Governo Cid Gomes. Representa o retrocesso de um projeto político que foi pactuado com a sociedade quando o então candidato a governador prometeu em seus dois planos de governo uma política de segurança pública cidadã, uma polícia bem formada, moderna, investigativa e da “boa vizinhança”. 

Uma proposta ousada que mereceu, naquele momento, o apoio da sociedade civil organizada, de intelectuais e pesquisadores das universidades como o professor César Barreira, conferindo-lhe credibilidade e respeitabilidade.

Hoje, no seu segundo governo, Cid não precisa mais desses apoios críticos que exigem coerência política entre as palavras e os atos governamentais, principalmente, na área da segurança pública. Aqui, o problema é que o divórcio entre o discurso-promessa e os atos governamentais deixa o governo nu. Se havia alguma esperança de que o governador cumpriria suas promessas para mudar o modelo tradicional de atuação das polícias estaduais, ou seja, suas estruturas arcaicas, defensivas e corporativas que resistem desesperadamente às mudanças, essa foi fulminada com a exoneração de César Barreira do cargo de diretor geral da Aesp.

Ignorou o governo e seus gestores que diante da realidade caótica das polícias estaduais há que se ter propostas ousadas, contemporâneas, corajosas e radicais que sejam capazes de reformar as estruturas de funcionamento das polícias e do sistema de segurança pública nacional. E, por quê? Pelo fato de que o modelo orgânico das polícias brasileiras não foi alterado com a redemocratização do País e, elas passaram a servir à democracia como se fossem estruturas neutras, quando não o são.

E o exemplo local dessa assertiva é que o Ronda do Quarteirão, implantado na primeira gestão Cid, foi vergonhosamente sabotado por essas mesmas estruturas de poder que não aceitam mudanças na área da segurança pública. E o mais grave é o fato de o governador recuar quando outros estados avançaram em sua mudanças na área.

Discutir a reforma das forças de segurança significa, no caso brasileiro, reconhecer que elas não podem continuar a responder aos problemas da criminalidade e das violências, no século XXI, com os instrumentais do século passado. Nesse contexto, a formação é condição fundante para mudar as velhas mentalidades das viúvas que alardeiam aos quatro ventos sua herança, quase genética, do saber-fazer polícia. Decifrar ou se deixar devorar, eis a questão! 

Glaucíria Mota
gmotabrasil@gmail.com 
Coordenadora do Laboratório de Direitos Humanos e Cidadania da Uece e pesquisadora do CNPq
POLÍCIA 
Jornal de Hoje
OPINIÃO
14/08/2012O
POVO 



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Corrupção na política se combate votando





Corrupção na política se combate votando

"O voto nulo não se baseia em fundamentos ideológicos. Traduz-se no voto da ignorância e irres-ponsabilidade cívica"


A campanha eleitoral em curso tem como fundo musical o julgamento dos envolvidos em caudaloso escândalo de corrupção. Num cenário já tão prodigioso em tramoias e maracutaias, que deitaram por terra a credibilidade dos políticos, o retorno do mensalão aos meios de comunicação vem aprofundar ainda mais a descrença dos brasileiros nos protagonistas da vida pública.

O clima é perfeito para que vicejem os pregoeiros do caos. “Vote nulo”, sugere determinada corrente que circula nas redes sociais. 

Seria a resposta dos eleitores aos que entram na política com o propósito único de assaltar os cofres públicos. E há quem embarque nessa cavilosa proposta, sem perquirir as reais intenções de seus patrocinadores, sem atentar para o fato de que ela vem punir, da mesma forma, os bons e os maus políticos.

Em primeiro lugar, voto nulo não embarga eleição nenhuma. Votar nulo significa apenas que o eleitor abriu mão da chance que lhe foi oferecida de participar de um processo que pode deflagrar mudanças.

Quer transformar o atual cenário? Quer escrever uma nova história? Escolha melhor os candidatos. Investigue seu passado. Analise seu discurso. E não troque o voto por favores pessoais.

Confesso que jamais me decepcionei com os políticos em quem votei nas eleições passadas. Todos eles emprestaram dignidade a seus mandatos, atuaram em defesa dos princípios nos quais acredito e se fizeram merecedores da minha confiança em pleitos futuros.

O voto nulo, tal como proposto em indigestos spams, não se baseia em fundamentos ideológicos. Traduz-se, isto sim, no voto da ignorância e irresponsabilidade cívica, conferindo ao “eleitor” diploma de alienação. 

Serve apenas aos propósitos dos saudosistas da ditadura, que trabalham para desacreditar as instituições políticas e desmantelar o sistema democrático, na esperança de abrir espaço para algum aventureiro que retome o caminho do arbítrio, da repressão, da tortura, da imprensa amordaçada... e da corrupção – sim, da corrupção, dessa feita acobertada pelo edredom do silêncio e do medo.

Corrupção na política se combate com a vigilância, com a participação da sociedade nos mecanismos de controle. E com o exercício pleno da cidadania. O que pressupõe o voto consciente.

Jornalista - Ítalo Gurgel
italogurgel@yahoo.com.br 
Jornal de Hoje
OPINIÃO 
CIDADANIA 
14/08/2012 
O POVO


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O QUE DESTRÓI O SER HUMANO ?

A Política, sem princípios; o Prazer, sem compromisso; a Riqueza, sem trabalho; a Sabedoria, sem caráter; os negócios, sem moral; a Ciência, sem humanidade; a Oração, sem caridade.

 Mahatma Gandhi (1869-1948)

HONRA AO MÉRITO



Chega de impunidade!



Chega de impunidade!


Artigo do Messias Pontes para 15.08.12

O Sindicato dos Têxteis de Fortaleza, a Associação 64/68 Anistia-Ceará e o Comitê Cearense em Defesa da Memória, da Verdade e da Justiça prestaram uma justa homenagem, na noite da última segunda-feira, a um dos heróis do povo brasileiro. Trata-se de José Ferreira de Lima, ex-presidente daquele sindicato, preso e barbaramente torturado pelos monstros covardes da ditadura militar. No auditório do Sindicato foi afixada uma placa alusiva à sua atuação em defesa da sua categoria e dos trabalhadores brasileiros.
Não satisfeitos com o sofrimento imposto àquele líder sindical, os irracionais fardados impuseram a toda sua família tratamento o mais desumano possível: na frente das filhas e dos vizinhos, dona Lourdes, companheira do Ferreira, foi covardemente espancada e humilhada. Porém o mais animalesco dos crimes foi ter levado as filhas de Ferreira, de cinco, seis e nove anos para vê-lo sendo torturado numa sala fétida com fezes e urina. Conta Sueli, sua filha, que ao chegar ao local onde seu pai estava sendo torturado, o encontraram em cima de latas de leite, com os pés e pernas inchados, uma cena que jamais sairá da sua memória.
Fui companheiro do Ferreira no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), seu vizinho de cela, e pude conhecê-lo mais de perto, constatando ser ele realmente um dos heróis do nosso povo. Nem sempre sua família podia lhe visitar, dada a dificuldade financeira por que passava. Mesmo diante de tudo por que passou, Ferreira era um homem desprovido do sentimento de vingança, contudo um defensor da justiça. Saiu do IPPS com vários outros companheiros logo após a anistia política de agosto de 1979.
A brutalidade animalesca praticada pelos militares golpistas não tinha limites. O coronel Carlos Alberto Brilhante (?) Ustra, que comandou o DOI-Codi em São Paulo de setembro 1970 a janeiro de 1974, à época major do Exército, e que usava o codinome de Major Tibiriçá, foi considerado pelo jurista Fábio Konder Comparato o mais notório torturador da ditadura militar, chegando a torturar suas vítimas na frente dos filhos menores e até mulheres grávidas, como aconteceu com Crimeia Teles. Segundo entidades de direitos humanos, no período em que o monstro comandou o DOI-Codi foram torturados no local 502 presos políticos, 40 dos quais morreram em decorrência da bestialidade.
Ontem, os democratas, e em especial a família Teles, comemoraram a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de negar recurso contra a sentença de outubro de 2010 que declarou o ex-comandante do DOI-Codi culpado pela tortura de três integrantes da família Teles nas dependências daquele órgão de repressão.
No último mês de junho, o coronel reformado do Exército foi condenado em primeira instância pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 100 mil à família do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto sob tortura em julho de 1971, na sede do órgão comandado pelo por Ustra. Ao proferir sua sentença, a juíza Cláudia de Lima Menge, titular da 20ª Vara Cível do foro central de São Paulo, enfatizou que a Lei da Anistia de agosto de 1979 não guardava relação com ação por danos morais movida por parentes da vítima.
Ainda não foi desta vez que aquele criminoso foi condenado a passar o resto da vida da cadeia pela bestialidade dos seus crimes. Isto porque a ação movida há sete anos é de caráter cível declaratória: a intenção é apenas que a Justiça reconheça o coronel nada brilhante como torturador e que ele causou danos morais e à integridade física de Maria Amélia de Almeida Teles, César Augusto Teles, Criméia Schmidt de Almeida, Janaína Teles e Edson Luis Teles durante o período em que estiveram detidos, no início dos anos 1970.
A velha mídia conservadora, venal e golpista, que apoiou o golpe militar de 1º de abril de 1964, que respaldou os 21 longos anos da ditadura, condena os que defendem a punição dos agentes do Estado que cometeram os crimes mais hediondos; dizem que anistia é sinônimo de esquecimento e que os torturadores estão isentos de punição, amparados pela Lei da Anistia.
Não nos move o sentimento de vingança, de revanche, mas tão somente de justiça. Não devemos aceitar que os criminosos continuem impunes. O Brasil não pode continuar sendo condenado por organismos internacionais como a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização Dos Estados Americanos, e da própria Organização das Nações Unidas (ONU) por não esclarecer e punir os que sequestraram e torturaram dezenas de milhares, e mataram e ocultaram os corpos de centenas de democratas, notadamente dos guerrilheiros do Araguaia, verdadeiros heróis do povo brasileiro que deram suas vidas pela liberdade, pela democracia e pela soberania nacional aviltadas pelos militares golpistas a serviço das carcomidas oligarquias tupiniquins e do imperialismo norte-americano, verdadeiros capachos  e traidores da Pátria.
No Chile, no Uruguai e principalmente na Argentina generais e ex-presidentes foram julgados e condenados a penas de prisão em regime fechado. Na Argentina, o ex-ditador general Jorge Rafael Videla foi condenado a duas prisões perpétuas pelos sequestros, torturas e assassinatos de milhares de pessoas, e a 50 anos de prisão, também em regime fechado, pelos crimes de sequestro de centenas de crianças que nasciam na prisão.

 Chega de Impunidade!

ANISTIADOS DE MARACANAÚ HOMENAGEADOS


ANISTIADOS DE MARACANAÚ HOMENAGEADOS 


Os dois estiveram presos no IPPS...
Na placa aposta no IPPS, durante a visita da Caravana da Anistia, podemos ler:
"Esta placa é uma homenagem a dezenas de compatriotas que encarcerados, neste presídio, no período de 1970 a 1979, e aqui sofreram todo tipo de pressão e perseguição, durante longos anos, por terem participado da resistência contra o regime ditatorial 1964-1985 que rompeu com a ordem democrática instituída pela Constituição de 1946, oriunda do poder soberano do povo, através de uma Assembléia Nacional Constituinte originária. A eles, a perpétua memória de seu devotamento ao Brasil, às causas da justiça social. da defesa da soberania popular e da democracia. Ditadura nunca mais!” 
Os dois participaram, também, da construção da Associação de Moradores do Conjunto Jereissati (AMCJ-M), que se encontra imobilizada... Resgatá-la é preciso!
José Ferreira Lima será, também, homenageado pelo Sindicato Dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem, Malharias e Meias, Cordoalhas e Estopas, Fibras e Sintéticas e Tinturarias do Estado do Ceará - SINDTÊXTIL/CE
O evento ocorrerá 13 de agosto de 2012 as 18 horas, na Rua Agapito dos Santos 734 Centro, Fortaleza/CE
Divulgue! Participe!
Outra homenagem que podemos e devemos prestar, a estes companheiros é o resgate da Associação de Moradores do Conjunto Jereissati I e II em Maracanaú - AMCJ - M.

Omissão é conivência! Faça sua parte! 
Grupo de Resgate da AMCJ-M